O Vídeo Índio Brasil (VIB) é composto de curtas, médias e longas-metragens sobre índios e realizados por índios. O projeto proporciona que cidades brasileiras tenham a oportunidade de acesso à diversidade cultural indígena existente no país, revelada por meio de produções audiovisuais realizadas por indígenas e não indígenas.
Em edições anteriores, o Vídeo Índio Brasil mostrou que o recurso audiovisual constitui-se de um instrumento cada vez mais importante no registro, afirmação e promoção de aspectos culturais das mais diversas populações tradicionais existentes no mundo. O projeto inicial contou com o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC). O Festival contou, também, com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério do Turismo.
O projeto consiste na exibição simultânea em 100 (cem) cidades brasileiras inscritas e criteriosamente selecionadas. A programação do Vídeo Índio Brasil será exibida nos dias 31 de julho a 07 de agosto de 2010, com a projeção dos vídeos e filmes, oficinas, seminário, apresentações, exposições e debates. Todas as atividades terão entrada franca e sem fins lucrativos.
Em Caxias do Sul as exibições serão realizadas na FSG - Faculdade da Serra Gaúcha de Segunda à Sexta às 20h e aos Sábados a partir das 14h. Segue programação: (Clique para ampliar)
Os filmes selecionados são:
1 – “Já me transformei em imagem”
Direção: Zezinho Yube / Vídeo nas Aldeias / 2008 / 32 min. / AC -Hunikui (Kaxinawá) / Livre
Sinopse: Comentários sobre a história de um povo, feito pelos realizadores dos filmes e por seus personagens. Do tempo do contato, passando pelo cativeiro nos seringais, até o trabalho atual com o vídeo, os depoimentos dão sentido ao processo de dispersão, perda e reencontro vividos pelos Huni kui.
2 – “De volta à terra boa”
Direção: Vincent Carelli / Vídeo nas Aldeias / 2008 / 21min. / MT -Panará / Livre
Sinopse: Homens e mulheres Panará narram a trajetória de desterro e reencontro de seu povo com seu território original, desde o primeiro contato com o homem branco, em 1973, passando pelo exílio no Parque do Xingu, até a luta e reconquista da posse de suas terras.
3 – “Corumbiara”
Direção: Vincent Carelli / Vídeo nas Aldeias / 2009 / 117 min. / RO - Akuntsu e Kanoê / Livre
Sinopse: Em 1985, o indigenista Marcelo Santos denuncia um massacre de índios na Gleba Corumbiara (RO) e Vincent Carelli filma o que resta das evidências. Bárbaro demais, o caso passa por fantasia e cai no esquecimento. Marcelo e sua equipe levam anos para encontrar os sobreviventes. Duas décadas depois, “Corumbiara” revela essa busca e a versão dos índios.
Prêmios:
- Menção Honrosa no É tudo verdade – 14º Festival Internacional de Documentário;
- Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular no IV Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo;
- Prêmio de Melhor Documentário no 19º Festival Présence Autochtone - Muestra de Cine y Video Indígena de Montréal;
- Grande Prêmio Cora Coralina no XI FICA - Festiva Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental;
- Prêmio de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Montagem, Melhor Filme do Júri popular, Melhor Filme do Júri de Estudantes de Cinema no 37º Festival de Cinema de Gramado;
- Prêmio Manuel Diegues Jr. pela importância do tema; Prêmio Aquisição de Longa-Metragem - da TV Brasil e o Prêmio OCIC (Office Catholique International du Cinéma), na 14ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico);
- Prêmio Anaconda 2010, categoria Documental.
4 – “Kuhi ikugü, os Kuikuro se apresentam”
Direção: Coletivo Kuikuro de Cinema / Vídeo nas Aldeias / 2007 / 7 min. / MT - Kuikuro / Livre
Sinopse: Os Kuikuro apresentam sua história, desde seus antepassados, passando pelos conflitos com os brancos até as mudanças de suas vidas no mundo contemporâneo.
5 – “Pi’õnhitsi, mulheres Xavante sem nome”
Direção: Divino Tserewahú / Vídeo nas Aldeias / 2009 / 56 min. / MT - Xavante /Livre
Sinopse: Desde 2002, Divino Tserewahú tenta produzir um filme sobre o ritual de iniciação feminino, que já não se pratica em nenhuma outra aldeia Xavante, mas desde o começo das filmagens todas as tentativas foram interrompidas. No filme, jovens e velhos debatem sobre as dificuldades e resistências para a realização desta festa.
6 – “Pajerama”
Direção: Leonardo Cadaval / 2008 / 9 min. / SP - Animação / Livre
Sinopse: Um índio é pego numa torrente de experiências estranhas, que revelam mistérios de tempo e espaço.
Prêmios:
- Prêmio de Melhor Curta-metragem para a juventude no Festival Internacional de Oberhausen 2008;
- Prêmio de Melhor Curta-metragem (Júri Oficial) no Festival Internacional de Curtas-metragens de Belo Horizonte 2008;
- Prêmio de Melhor Curta de Animação no Festival de Cinema de Cartagena 2009 (Júri Oficial);
- Prêmio de Melhor Curta de Animação no Festival de Curtas de Sergipe – Cine SE;
- Prêmio de Melhor Curta-metragem de Animação e Melhor Trilha Sonora Original no Festival Audiovisual do Mercosul – FAM 2008;
- Prêmio de Melhor Curta-metragem de Animação no Festicine Amazônia 2008;
- Selecionado para a mostra paralela Jeune Public, do Festival de Curtas-metragens de Clermont-Ferrand;
- Melhor Trilha Sonora Original no Festival Guarnicê de Cinema (MA) 2008;
- Melhor Edição de Som no Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá 2008;
- Melhor Trilha Original no Granimado
2008;
- Seleção Oficial do Festival de Cinema de Cartagena das Índias 2009 (Colômbia);
- Seleção Oficial do Festival de Animação Animadrid 2008.
7 – “Porahey”
Direção: Alunos da Oficina do projeto Ava Marandu / 2010 / 27'33'' / MS – Guarani /Livre
Sinopse: Registro sensível de histórias, sons e maneiras de fazer que alimentam o imaginário e cotidiano de um povo. Em outras palavras, são recortes do “universo” dos Guarani da aldeia Te'ýikue .
8 – “Imbé gikegü - cheiro de pequi”
Direção: Tarumã e Maricá Kuikuro / Vídeo nas Aldeias / 2006 / 36min. / MT - Kuikuro / Livre
Sinopse: É tempo de festa e alegria no Alto Xingu. A estação seca está chegando ao fim. O cheiro de chão molhado mistura-se ao doce perfume de pequi. Mas nem sempre foi assim: se não fosse por uma morte, o pequi talvez jamais fosse real. Ligando o passado ao presente, os realizadores kuikuro contam uma história de perigos e prazeres, de sexo e traição, onde homens e mulheres, beija-flores e jacarés constroem um mundo comum.
Prêmios:
- Menção Honrosa da III MoVA Caparaó, Espírito Santo (2006)
- Prêmio Manuel Diégues Júnior, Museo del Folclore, na concepção - realização, 10ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, Rio de Janeiro, 2006.
- Menção Honrosa Média, concedida pela ABDeC na 10ª Mostra Internacional del Filme Etnográfico, Rio de Janeiro, novembro de 2006.
- Prêmio Especial do Júri, Festival Internacional de Curtas de Rio de Janeiro CURTA CINEMA. Rio de Janeiro, 2006.
- Melhor Curta-metragem, Festival Présence Autochtone de Terres en Vue, Montréal, Canadá, Junho de 2007
9 – “Mokoi tekoá petei jeguatá - duas aldeias, uma caminhada”
Direção: Ariel Ortega, Jorge Morinico e Germano Benites / Vídeo nas Aldeias / 2008 / 63min. / RS - Guarani-Mbya / Livre
Sinopse: Sem matas para caçar e sem terras para plantar, os Mbya-Guarani dependem da venda do seu artesanato para sobreviver. Três jovens Guarani acompanham o dia-a-dia de duas comunidades unidas pela mesma história, do primeiro contato com os europeus até o intenso convívio com os brancos de hoje.
Prêmios: Melhor filme do ForumDoc, Belo Horizonte, 2008.
10 – “Kré”
Direção: Francele Cocco / 2009 / 8 min / RS – Kaigang / Livre
Sinopse: Dona Natália, índia moradora da reserva da Serrinha, explica a confecção de cestos e balaios kaigang, desde a extração da matéria prima, até a comercialização nas cidades do RS e SC.
11 – “Kene Yuxi, as voltas do kene”
Direção: Zezinho Yube / 2010 / 48min. / AC - Hunikui (Kaxinawá)
Sinopse: Ao tentar reverter o abandono das tradições do seu povo e seguindo as pesquisas do seu pai, o professor e escritor Joaquim Maná, Zezinho Yube corre atrás dos conhecimentos dos grafismos tradicionais das mulheres Huni Kui auxiliado por sua mãe.
12 – “Indígenas digitais”
Direção: Sebastian Gerlic / 2010 / 26 min. / BA - Tupinambá (BA), a Pataxó Hahahãe (BA), Kariri-Xocó (AL), a Pankararu (PE), Potiguara (PB), Makuxi (RR) e Bakairi (MT) / Livre
Sinopse: Representantes de várias etnias relatam como celulares, câmeras fotográficas, filmadoras, computadores e, principalmente, a internet vêm sendo ferramentas importantes na busca das melhorias para as comunidades indígenas e nas relações destas com o mundo globalizado.
13 – “A gente luta, mas come fruta” / Vídeo nas Aldeias (PE) / 2006 / 40min. / AC - Ashaninka / Livre
Diretor: Valdete Pinhanta e Issac Pinhanta
Sinopse: O manejo agroflorestal realizado pelos Ashaninka da aldeia APIWTXA no rio Amônia, Acre. No filme eles registram, por um lado, seu trabalho para recuperar os recursos da sua reserva e repovoar seus rios e suas matas com espécies nativas, e por outro, sua luta contra os madeireiros que invadem sua área na fronteira com o Peru.
Prêmios:
- Prêmio Panamazônia 2007 de Melhor Produção áudiovisual da Action Aid Americas, março 2007.
- Melhor Documentário no Cine Gaia, 2008, Rio de Janeiro, Brasil.
14 – “Terra vermelha”
Direção: Marcos Bechis /2008 / 1h48min
Sinopse: O suicídio de duas meninas Guarani-Kaiowá desperta a comunidade para a necessidade de resgatar suas próprias origens, perdidas pela interferência do homem branco. Um dos motivos do desaparecimento gradual da cultura reside no conflito gerado pela disputa de terras entre a comunidade indígena e os fazendeiros da região. Para os Kaiowá, essas terras representam um verdadeiro patrimônio espiritual e a separação que sofreram desse espaço é a causa dos males que os rodeia.
Elenco: Matheus Nachtergaele (Dimas), Cláudio Santamaría (Roberto), Alicelia Baptista (Lia), Chiara Caselli (Beatrice), Abrisio Da Silva Pedro (Osvaldo), Ademilson Concianza Verga (Ireneu), Ambrósio Vilhalva (Nadio), Fabiane Pereira Da Silva (Maria), Eliane Juca Da Silva (Mami) e Leonardo Medeiros (Lucas Moreira).
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